19/03/2010

Vida:



Não me leves para aqui a próxima sexta-feira, que não é preciso.

Fofinhos,

Esta ausência é justificada, e a justificação é plausível. Em breve explicarei este súbito abandono aos meus leitores (Mundo, está aí alguém?). Se não estiver não peço desculpa, óbvio.

Pronto, depois desta tãoo concreta explicação parece que hoje já podem ter uma noite tranquila sem pensar nas minhas não-aparições que tantas noites em branco vos têm oferecido.

Deixarei de ser um diabrete malvado!

10/03/2010

A morada deste moçoilo, alguém conhece?
Precisava de lhe dizer umas coisas, que gosto dos filmes, pedir-lhe para casar e coisas afins.
Não é médico como eu tenho na lista do perfil do meu futuro marido, mas tendo em conta a profissão não há de ser difícil imitar um. E de batinha branca deve ficar uma delícia.
Oh Hugo, o quanto me atormentas!

09/03/2010

Quem disse que não sabe bem uma directa a trabalhar num projecto de Direito Europeu dos Direitos do Homem? Só me falta perceber se tenho legitimidade activa para apresentar uma petição contra o Estado Português, nomeadamente o Doutor Armando Rocha, por violação do art. 3º da Convenção e do meu direito ao sono, que se não está previsto nos protocolos adicionais deveria estar. Visto isto, dormirei, que às vezes também é preciso.

08/03/2010

8 de Março, 010.


Parabéns, mulheres de Portugal! Hoje é o nosso dia. Uau.
Temos a honra de ter um dia em nosso nome por sermos tão frágeis e especiais. Hm... porque é que não há um dia do homem, então? Por ser tão forte e machão?(alguns). Não percebo porque é que temos de ter um dia! É para virem os homens dar-nos festinhas na cabeça? “Coitadinha, é mulher. Tão sofredora, tão desigual...”
DISCRIMINAÇÃO. Não há direito, estes bandidos, devem achar que precisamos de um dia para nos darem palmadinhas nas costas só porque sofremos de dores de parto e choramos mais vezes/ano.
Mas as flores que estão a dar no metro são bonitas. Que orgulho em só nos darem a nós. Mas IGUALDADE meus senhores, o que é que vem a ser isto? Até parece que não tenho flores em casa se me apetecer. Porque é que dão às mulheres? Acham que são tão frágeis que partem uma perna até à florista, é?
HIPÓCRITAS, não vêm que somos todos iguais?
As mulheres, os homens, os gatos... O meu cão coitado também queria um malmequer e ninguém lhe deu. Onde é que está a tolerância meus amigos?
Não percebo não percebo. Porque é que não pode haver um dia do mosquito, que coitadinhos também são criaturas de Deus!
E aquando desta controvérsia do casamento homossexual ainda tentei pedir para me casar com o meu cágado, que ainda por cima é bem másculo, e o excelentíssimo Primeiro-Ministro nem se dignou a responder-me à petição! Fiquei extremamente injuriada, então onde é que está a LIBERDADE e o controlo que posso ter da minha vida? A organização da vida social e a pirâmide etária portuguesa e o índice de envelhecimento neste pais não interessam a ninguém, por amor da Santa.
Posso escolher entre beber um sumo de abacaxi ou matar o meu rebento e não se dignam a dar-me a hipótese de escolher entre levar um homem e o meu lindo cágado ao altar?
Sinceramente. Este mundo está com a cabeça no epicentro da Terra e os pezinhos tocando nas nuvens.
Agora esta, do Dia da Mulheeeer (uuhh) está-me a intrigar. Vou requerer formalmente um dia para o meu cágado, para ver se o Sócrates lhe compensa os danos morais e traumáticos que a negação de se casar com a sua amada lhe causaram naquela carapaça adorável.
 Parabéns aos maluquinhos e revolus que estão neste barco, hoje merecem um abraço amigo meu. Mandem-me as vossas moradas se possível, que com todo o gosto vos enviarei uma florzinha como as do Metro e um postal do Che Guevara assinado pela linda Inês.
Só uma pequena achega meus amores: de discriminações positivas, já ouviram falar?
E dá para haver sossego hoje na Av. da Liberdade por favor? Adorava conseguir passar lá de carro. Por volta das 17h.
Obrigada.

07/03/2010

Não sei qual dos dois, Tim Burton ou Charles Lutwidge Dodgson tem mais pancada, e maior percentagem de ácidos no sangue em horário laboral. Óptimo, óptimo, que mim gostar muito do projecto final.

''Alice in wonderland'' é uma mistura de fiolosofias, excentricismo, cor e magia alucinante. É passado num mundo inimaginável senão nos sonhos. Nascido de um sonho que, repetitivamente e sem porquê, se manifesta na mente de uma miúda de 20 anos.
Sim, já devia era ter idade para ter juízo, em vez de pensar no Johny Depp vestido de palhaço ou num coelho com um colete, pensam vocês. E cair num buraco numa árvore no dia do próprio pedido de casamento? Já vi desculpas melhores, Alice (atenção, ninguém disse que não é uma boa ideia).

Para todos os efeitos, e independentemente da idade, este filme recordou-me uma tendência curiosa que o Homem tem em se refugiar no seu próprio mundo. A mim por acaso dois gémeos gordos nunca me apareceram. Mas o Johny Depp não era mal jogado. Nisto foi esperta, a pequena.

Tentação perigosa por vezes esta de nos isolarmos no nosso mundinho. E que retrato espectacular faz dela esta história.
Não querer voltar, ou não saber distinguir. O que é real, afinal de contas? Esta vida, a próxima? Os sonhos, a realidade? O que tocamos, o que sentimos? O que pensamos? As ideias, o passado, o presente, o futuro?

Eu também entrava em paranóia, se no meu sonho tivesse o Johny e na real um ruivo feio e chato. Não sei se queria acordar. Fazia cara ou coroa e a moeda que escolhesse.

Já estou como o Matrix ou o Avatar. Parece infinito, este dilema entre a dura e crua realidade e o fantástico sonho. Uma questão a discutir, e a filosofar. Mas não por mim, que tenho de entregar um trabalho de alto calibre terça-feira.

Para mim, o momento surpreendente e alto do filme foi a decidida atitude que o autor desta história escolheu que a protagonista tomasse. No momento de escolher, enfrentamos ou não o despertador, até aquele chanfrado decidiu a Vida. The real one, a dura mas concreta. Talvez só tenha acabado assim o filme porque lhe acabou a droga, mas não deixa de ser um final interessante.
Os problemas e a vida, são para enfrentar de frente. E Tim, muito maluco muito maluco mas alucinado não estás, que bem te encheste com este filme, espertalhão.
O sonho, a wonderland, a droga e a loucura fogem do caminho de terra que percorremos. Mas são inspirações de que precisamos para ter força para andar. (pessoalmente dispenso a droga, obrigadinha).

E quem disse que não dá para sonhar acordado? E ser feliz nesta vida?

A título final, e para esgotar estas filosofias baratas, adorei e aconselho a película. Além disso, os óculos são bonitos. É um efeito engraçado ver tanta malta em pleno Março fechada dentro de um cubo escuro com tal acessório. Parece que estamos todos num solário colectivo. O melhor lugar para apanhar integralmente o panorama é na primeira fila. Juro! Ou pelo menos assim arranjei uma maneira de me conformar com o facto de serem os únicos lugares disponíveis.
Estou feliz com esta ideia.

Duas conclusões para este fantástico filme.
A primeira: há inevitavelmente e sem excepção, uma criança em cada um de nós; a segunda é uma mera confirmação de um facto que já há muito tempo desvendei: há gente muito louca neste mundo. O que não é necessariamente mau. Agora filosofem sozinhos.

- Have I gone mad?
- I'm afraid so. You're entirely bonkers.
  But I'll tell you a secret. All the best people are.

06/03/2010

Só tem piada à 6ª vez. Boa sorte


Aconselho vivamente que percam 5 minutos do vosso dia a ampliar a capital da Coreia do Sul, e a compará-la em termos de luminosidade com a Coreia do Norte, no Google Maps.
Para os que estão a pensar ir à Nortenha nos próximos tempos, que provavelmente não é nenhum, já que só lá entram uns 80 por ano, um segundo aviso: pensem duas vezes, porque aquele anão é um chanfrado e pêras.
Se fosse cientista/neurologista raptava-o para lhe examinar o cérebro ou o crânio ou o que é que ele tem lá dentro. E depois via isto, só para me rir mais um bocado. Embora seja um vídeo extremamente idiota.

1901

,
Tenho dois vícios principais (e uns tantos secundários): chocolates e Phoenix. O segundo vai variando, o primeiro é que malandro nunca sai do top.
E a minha imaginação e capacidade argumentativa faz com que ache que neste momento esta música descreveria a minha vida (uma pequena parte, pois claro). Na perfeição!
Imaginemo-nos naqueles dias mais ou menos críticos. Deambulando pela casa, captamos na televisão, na telefonia ou no quarto do irmão de 16 anos uma música que, como não temos mais que fazer, redigimos no LimeWire. Se formos mulheres, ouvimos com atenção, e pensamos melancólicas que o Thomas Mars escreveu claramente a música em nosso nome. Depois choramos, ouvimos mais 68 vezes seguidas e escrevemos sobre isso num blog. Tudo isto só por ter um pipi entre as pernas e, subsequentemente, uma memória recortável. Ok, e uma fertilidade imaginatória imensa, aliada a uma obscura e confusa mente. E talvez uma pitada de egocentrismo.
Como és perigrosa, mente feminina!


PS: esta não dá para chorar, mas é catita.


Counting all different ideas drifting away 

Past and present they don't matter 



Now the future's sorted out 

Watch her moving in elliptical patterns 
Think it's not what you say 
What you say is way too complicated 
For a minute thought I couldn't tell how to fall out 

It's twenty seconds till the last call 
You're going hey hey hey hey hey hey 
Lie down you know it's easy 
Like we did it all summer long 

And I'll be anything you ask and more 
You're going hey hey hey hey hey hey hey 
It's not a miracle we needed 
No I wouldn't let you think so 

Fallin', fallin', fallin', fallin' 
Fallin', fallin', fallin', fallin' 

Girlfriend, oh your girlfriend is drifting away 
Past and present 1855 - 1901 
Watch them built up a material tower 
Think it's not gonna stay anyway 
Think it's overrated 
For a minute thought I couldn't tell how to fall out 

It's twenty seconds till the last call 
You're going hey hey hey hey hey hey 
Lie down you know it's easy 
Like we did it over summer long 

And I'll be anything you ask and more 
You're going hey hey hey hey hey hey hey 
It's not a miracle we needed 
No I wouldn't let you think so 


Fallin', fallin', fallin', fallin' 
Fallin', fallin', fallin', fallin' 
Fallin', fallin', fallin', fallin'
...

05/03/2010


Há dois tipos de pessoas em quem não confio: os médicos, e os que nunca sofreram por amor.

Aos doutores, escapa-lhes sempre qualquer coisa nas análises e naqueles exames que acabam em ''grafia''. E sinto, sinto que não me contam a verdade toda sobre aquela afta que lhes mostro com tanta aflição!
Os que nunca tiveram um desgosto amoroso nesta vida e têm mais de 20 anos, das duas uma: ou são insensíveis, ou são mentirosos. Só tenho pena daqueles a quem congelaram e furtaram o órgão coração, esses coitados não têm culpa. Agora àquela cambada de gentinha que se diz muito boa porque ''ai nunca sofri por amor'', sim a vocês (se é que ainda sobra algum da rara espécie), vou contar um segredo: vocês não são fixes.
E enquanto mantiverem o orgulho em ter esse adorado estatuto, lembrem-se desta sábia novidade: estão tal e qual a viver numa passadeira de ginásio. A parte chata é que, além de não saírem do mesmo sítio, não emagrecem! (essa história de que só se recorre ao chocolate quando há falta de chá no sector amoroso é a mais pura e irritante das mentiras).
Sendo assim, deixo-vos um conselho: sofram, gritem e chorem (finjam!, se for preciso, que pode ser que o Rei dos Céus acredite), mas não desistam de passar à fase seguinte. É que será que ninguém percebeu que isto é requisito de crescimento? Se não passarem pela base do desgosto amoroso, não passam ao nível 4, que é acabar a faculdade.
E eu bem me parecia que não ia conseguir fazer História do Direito Português até levar a tampa do Hugh Jackman. Naa, não era este nível que me ia entalar, não descanso até chegar à fase em que vou ser uma vaca paridora, uns oito ou dez rebentos, que é para aí o nível 8 ou 9.
Foi remédio santo.


Agora falando de outra coisa: o Gepeto não está uma brasa nesta fotografia? Anda um quebra-corações, correm rumores. Por isso toca a trabalhar amigos, se é que está alguém desse lado do ecrã e que acha que merece a minha confiança, comece a pensar em chorar umas horinhas semanais, ou nada feito.


PS: Mas a maioria são mentirosos, continuo a achar.

02/03/2010

Andamos nesta ânsia, nesta correria constante, nesta luta entre a Razão e a Paixão.
É o João que é doido por bichos, mas não pode ser biólogo porque não dá emprego.
É a lamechas que quer dizer que sim a tudo ao namorado, e que falta a um teste pelo lanchinho.
É o outro que gosta da ex e a sonha todas as noites, mas não pode pois tem é idade para copos, e sou eu e outros tantos que andam constantemente nesta corda bamba em que de um lado está um mar-de-rosas e do outro uma escravaninha com dinheiro ao lado esquerdo, e a lista dos 10 mandamentos.
Em qual dos dois me hei-de afogar? Pergunto eu.

Vivo nesta Guerra em que não sei a que lado pertenço.
Em que há os corajosos que sofrem e choram, e que vivem da emoção de uma possível vitória. Que sonham e que levam facadas no coração.
E há os que têm as melhores armaduras, e têm medo. Não se conhecem, não se abraçam, e, presos por aqueles blocos de ferro, tendem a ganhar mais batalhas.

Não sei a que lado pertenço, se à Paixão, se à Razão.
Não sei de que lado jogo melhor, se aguentava um rasgão ou se me serve uma armadura.

Só sei que esta ponte, de largura milimétrica, me persegue. Me quer testar, e ver se caio.
E quero passar para o outro lado, embora não saiba de que arma preciso.

Quando estou inclinada para me integrar num exército, o outro chama-me, e alicia-me com argumentos probatórios de que serei mais feliz se fizer o que pensar ou o que sentir.

E se puxares tão depressa a minha corda para o lado das chamas e das rosas vou cair. Mas se só pensar e me sentar na escrevaninha, não me vou rir e abraçar os outros guerreiros que lutam como eu, e o meu coração acabará por secar.

Será Felicidade viver morto, ou morrer?

Talvez seja não entrar na Guerra, não passar pela corda. Mas não se nasce de outra forma.

Estou cansada de não ter tempo para pensar no que sinto. E de misturar estas duas águas, que ainda não percebi se se misturam, ou se alguma é azeite.

Tristemente penso, e sinto-me triste por não sentir o pouco que sei, e não saber decifrar o que sinto.
Frustro-me por perder a batalha com o Amor, quando te penso, e com a Razão, quando te sinto.

Talvez não seja feliz com azeite, pois não te consigo misturar com o pensamento, que te repugna.
Talvez precise de água que se misture com o meu ser, que se funda com o que sempre sonhei para a minha vida, e que só assim me mata a sede.

Mas aquele mar-de-rosas chama-me e promete-me ter mais sabor. Que é possível que se funda com a água, quando as rosas amadurecerem e se diluírem. E que me transbordará o corpo de felicidade.

Não sei se acredito. Se consigo estudar a sonhar-te, e se te consigo amar tendo a Razão no meu exército.

Vou pensar, deixar o tempo passar, pensar melhor.
Mas vou pensar com paixão.
Se não não vale a pena.

01/03/2010

 ‘’Did you say it?

‘I love you.

I don’t ever wanna live without you.

You changed my life.’

Did you say it?

Make a plan. Set a goal. Work toward it.
But every now and then, look around;
Drink it in.
‘cause ...this is it:
It might all be gone tomorrow.’’

28/02/2010

Para este escuro e belo Domingo:

Plano sonhado e ambicionado: fazer inveja a quem não foi ouvir Crookers espalhando sms' patetas a todos os amigos e conhecidos; derreter no sofá da sala; re-ver episódios recentemente vistos da Anatomia de Grey com mais atenção para apontar frases giras; escrever e postar neste lindo blog textos bonitos sobre o fim do mundo e o filme do Scorsese; comer o almoço à hora do pequeno-almoço e o jantar ao lanche; chocolates chocolates chocolates; não olhar para o espelho à noite.

Plano real: estudar; chocolates chocolates chocolates; não olhar para o espelho à noite.

27/02/2010

Oh minha gente, que seria perder um sábado porque está corrente de ar. Este mau tempo, se pensarmos bem, às vezes é uma benção.
E se o ventinho não soprasse ia de certeza merendar com umas amigas ao ar livre e beira-mar (mesmo que não apeteça, S. Pedro ordena umas docas, baixa ou casa da guia) e não ia ver o Shutter Island que correm rumores de que é um óptimo filme.
O que é que se pode querer mais de um sabaducho?

26/02/2010

Atenção senhores engenheiros

(José Sócrates, que consulta este blog, está agora pensativo se lê ou não)


Quero viver até ao dia em que seja criada uma máquina que escreve aquilo que eu penso, sem me terem de doer os indicadores.

Depois dava para apagar o que não queríamos que aparecesse, claro. Se não não quero.
À primeira até tinha graça, mas se todos os dias lesse o rodapé do meu querido amado canal de meteorologia (sempre tive um fraquinho) com frases do género ''...esperam-se largos período de precipitação e por falar nisso tenho vontade de fazer um ganda xixi'', acho que à quinta vez vomitava.

Servia assim para fazer os exames de duas horas e meia sem ter calos masculinos, e para riscar a falta de pachorra da lista de coisas que me impedem de escrever neste blog for several times.

Condição daquela futura maravilha da natureza: não explodir por excesso de informação por minuto, ou acabaria eu num cirurgião plástico pobre e feia.

É que, pensando bem, uma máquina que descreva e escreva tudo o que penso talvez me apresentasse resultados um tanto ou nada confusos. Quando a geringonça aparecer nas bancas vou testar durante uma hora escrever um texto sobre a infância ou verniz de unhas primeiro por escrito, e depois na dita cuja. Ah e outra coisa, acho que não há ainda no mercado informático computador ou iPhone com memória suficiente para tal dimensão e confusão mental.

Sugiro nesse caso que inventem um também.
Pode ser?
De preferência antes de 2072, que foi quando sonhei que ia morrer atropelada.

Saudades dos tempos em que não te tinha, Saudade.

Estou com saudades. O que, no meu caso, não é bom. Não gosto, e que não me seja pedida uma muito aprofundada explicação, mas sinto-me como se tivesse dentro de um aquário, e doem-me os pulmões.

Pois, hoje vêm-me tais pensamentos à cabeça:
Estou com saudades de uma coisa que não me lembro se já tive.
E tenho saudades de momentos que nunca vivi, e de uma pessoa que nunca fui.
Saudades de sentimentos que nunca senti e que não sei se existem.
De lugares, palavras e olhares que nunca aconteceram.
De alguém que mal conheci.


E, supostamente, saudades não é muito mais nem menos prova de que o passado valeu a pena. Não é? É bonita, esta atribuição. Um bocado amaricada, mas enfim. Poois, e as saudades do que não é passado nem presente? Agora deviam-me responder à letra seus maricas sabichões.

O cérebro humano bem que podia ter dispensado esta reacção química estúpida. É que, além de queimar neurónios, não tem qualquer fundo com sentido.
Hipoteticamente ilustrando: ora gosto de uma coisa. Ora tive essa coisa. Ora gostava dela, ora: felicidade. Ora já não a tenho e vou lá traulitar os miolos a pensar nisso.
Ora adoro aquela pessoa, fazia parte da minha vida e fazia-me feliz, ora já não faz parte da minha vida e eu estou menos X por cento feliz. Mas bora aí não ouvir Crookers amanhã mas sim curtir umas dores nos pulmões ao som do ''Oceano Pacífico'', porque se tem umas saudadecas. Daquelas que activam mesmo a glândula lacrimal, para ver se apimenta mais a coisa.

Queda para chorar, assim por norma não consta. A mim magoam-me os pulmões, que maçada. E estas saudades raras estão-me a dar dupla-dor.

Estarei a sonhar? É que eu sonho bastante. Vou esperar 5 minutos aqui deitada, só para ver se o despertador toca.

Ai raio de pulmões, odeio saudades com todas as minhas forças.
Ah, vou ver se tenho o soutien apertado de mais, que também pode ser disso.

Espero que o ponteiro ande em câmara lenta nos próximos 4 minutos em que estar maluca é só uma hipótese, ainda que provável. Como dizia o outro: ''A esperança é a última a morrer!''
Imaginem lá sair-vos na rifa uma sogra com tal nome. É um pensamento interessante contudo a não desenvolver, a não ser que queiram acabar dando um tirinho na cabeça.
Pagar ou não pagar 16 euros?
Perder ou não perder uma tarde a tentar arranjar borlas?
Enfiar-me ou não me enfiar na fábrica lisboeta?
Sair e não estudar ou estudar e não sair?


Realmente na vida é mesmo preciso fazer escolhas.
Como a de amanhã! De vida ou de morte.
Que complicada e difícil, esta vida de estudante.

25/02/2010

PS: Ensaio sobre a Cegueira, baseado no livro do José Saramago, não tem nada a ver com a assorda mental do dito cujo. Por outras palavras, muuuito bom.

Aconselho.

Isso, e um pezinho de dança hoje no Urban Beach.

Mim gostar de Nelson

Gosto de surpresas. Das más gosto menos, as boas aprecio bastante.
E tenho uma particularidade já conhecida por quem tem a sorte de saber da minha existência neste hemisfério, que é a de gostar muito de ir ao cinema. Com um simples senão, que já se tornou quase um slogan da minha pessoa: ''Gosto de muitos poucos filmes, mas todos me entretêm''. E depois meto-me com aquelas minhas single-minded ideas de que só gosto dos filmes do Almodovar, do Efeito Borboleta e o Ilusionista, e talvez mais dois ou três.

Claro que me meti na sala 9 ou 10, onde passava o Invictus, já (de propósito) com o pé esquerdo à frente. Filmes sobre Golf ou futebol americano, por muito carismáticos que sejam, nunca me inspiraram particularmente no grande ecrã.

Mas aquele filme, aquelas palavras e toda aquela filosofia, inspirou-me e bem. Agradecimentos ao Nelson, e ao autor do tal poema.

Sim, como boa conclusão diria que foi surpreendente a emoção que um filme cujo protagonista, em boa verdade se diga, é uma bola de rugby, despertou em sua excelência Inês.

E Nelson Mandela, Mestre Nelson, aquele discurso sobre inspiração deu cabo de mim.

''Tens sorte na maneira como encaras os problemas, és tão forte, na tua situação não aguentava e fazia X ou Y, ou não fazia nada e deixava passar o tempo enquanto me lavava em lágrimas no meu lar'', dizem-me por vezes as amigas, as conhecidas e as desconhecidas com quem falo na noite (obviamente com palavreado menos piroso). Pois, são essas e as que nunca viram este, ou similar filme.

Todos temos um limite humano, uma dead line que nos é traçada pela nossa condição humana. Deixa cá ver um exemplo. Pressinto que talvez se me mandassem matar um leão em plena Praça de Espanha teria de suar um bocado. Ou se me atirassem de um penhasco ou da ponte de S. Francisco, admito que demorava um pouco mais a levantar voo do que um pardal.

Pois, o nosso limite. As nossas limitações. O facto de aguentar não responder a 5 mensagens do ex-namorado ou ex-amiga, mas fraquejar à sexta.


Os que conseguem?

Matam o leão. Vooam, e não respondem a mensagens de engate.

Algum engenheiro maluco inventou uma arma de fogo, e antes algum pensador a imaginou. A olhar para um pepino, sei lá. Algo paralelo àquela linha o inspirou, e o fez criar.

À miúda que não respondeu ao ex-namorado, talvez uma música, um discurso ou um filme também.
Ou uma mensagem de outro, às vezes resulta.

Não tenho nenhum truque, não vim da sequela do I Robot.
Excedemo-nos a nós próprios quando nos inspiramos, e acreditamos. Na física, em nós, em Alá ou em Deus.
E sim, surpreende-mo-nos. Tal como aquela bola não-redonda me surpreendeu e me atrasou para um jantar que tinha as 22h.

23/02/2010

Fences - Phoenix


Isto é que é inspiração.
Phoenix, se o Hugh Jackman não aceitar caso-me com vocês todos, só para ouvir ao vivo essas lindas cantigas.

Aos que querem ser mais patriotas e estão a fazer dieta: NÃO LEIAM ISTO.

Não acham que os pastéis de Belém têm o mesmo efeito unificador que o rugby teve na África do Sul?

A receita de patriotismo é: 100 g. de açúcar; 3 dl. de natas; 6 gemas de ovos; canela em pó e massa folhada.


Aquilo sim,  faz-me ter orgulho em ser portuguesa.

PS: Cuidado, pois se polvilharem com demasiado açúcar e canela, há a possibilidade da contra-indicação de ficarem tão portugueses que largarão os filhos e o trabalho para lutar pela Pátria, e, no extremo, de concorrerem à presidência da República ou à chefia do Governo como se construir uma nação pacífica e evoluída fosse o vosso último e mais profundo desejo.

Quem alinha em oferecer um copo de pastel de Belém bem esmagadinho e quentinho ao Sr. Primeiro-Ministro a fingir que é um galão?

22/02/2010

Não sei porque escrevo hoje. Não me apetece muito. Não estou sequer inspirada, e nem me sinto na obrigação.

Escrever para quê?
Arrumar ideias, expelir sentimentos e entraves na garganta, aliviar-me?

E escrever para quem?

Escrever porquê?
Sobre quê?

Sobre a Madeira. O Tiger Woods, a morte de algum actor famoso.
Sobre fadas e histórias de bebés.
Ou sobre lamechices e os problemas da vida. Como assombram ou são insignificantes.

Escrever que no voo de ontem fui ao lado do Xor Presidente Luís Filipe Vieira.
Contar uma piada, citar Cesário Verde.

Estou confusa. Não sei o que escrever, porque não sei sobre o que quero escrever.
Não sei o que quero?
Assim dito parece mal. Sei o que quero.
Só não sei... bem.

Sei mais ou menos, aquilo que seria interessante postar neste blog. Qualquer crítica ao filme Invictus ou os avanços da oncologia por aquele puto indiano.

Mas não sei se devia. Não se seria sentido, se o fizesse.
Não sei o que me faria bem, o que me traria felicidade.

Não é o que queremos afinal?
Far-me-á mais feliz fazer o que está certo ou o que me apetece e acho que sinto?
E se for só impulso?
Peço ajuda à Hermione e volto atrás, claro.
E quando andar a bater com a cabeça nas paredes?

Então e quando bater com a cabeça nas paredes por aquilo que não fiz?
Perdi as oportunidades que me fariam feliz?

Ahh, já percebi. Isto deve ser do jet lag. É de certezinha!
A culpa é desse efeito ridículo. É completamente psicológico, não acredito nessas coisas.

Só tratei da escrita para falar da minha mente confusa por... meras razões burocráticas e estéticas, o texto daria um ar de ser maior.

Mas claro não me interessa nada o que os outros pensam, só me interessa o que eu acho, e escrevo este blog só para mim.

E a assorda mental que se passa deste lado do ecrã é só nervoso por se calhar me terem cancelado o voo para a as Caraíbas em Março.

Amanhã vai ser diferente. De hoje, porque vai ser normal. E ser normal é bom.

E agora vou dormir. Culpa do jet lag, e da mala por desfazer, que não quero encarar.
É por isso que vou apagar a luz. Por isso e para ver se se acende alguma outra  nesta cabeça que ainda baloiça entre os dois lados do Atlântico.