29/01/2010

Sex, Love and Hippies Hippies.


Ok. Sinto que devia estar a dormir. Ainda me doem as pernas desde aquela ida ao ginásio e ontem o álcool,  que pensei vir a ser o meu elemento inspirador, traíu-me com uma minúcia indescritível. Melhor, escritível. (ora queria escrever, ora não conseguia).
''Pau de Canela'', sem o teu empurrãozinho cheira-me que hoje somaria mais uns pontos ao meu estatuto de incredível. E, verdade seja dita, acabada de sair de uma reunião de equipa (que é como quem diz treino de espiritualidade - já que os treinos corporais não têm corrido muito bem) vejo-me com o campo de desculpas... limitado.

Curioso que não me passou a vontade de cumprir a promessa. Não consegui no timing. Só! Vá lá, menos mau, é de esperar, não fosse eu de nacionalidade portuguesa.

O Amor.  Palavra sugestiva, mínimo. Abstracta, significante, presente, teórica, prática. Amor com ''A'' maiúsculo. Amor com ''a'' minúsculo. Quem não consegue fazer uma palestra astronómica com estas 4 letras ponha o dedo no ar. Ok, e dizer alguma coisa sem ser o nome do namorado e da mãe.

Adoramos esta palavra, não é? ''Amo-te'', ''amo o meu pai'', ''amo o meu novo vestido'', ''amo quando não piso cocó na Baixa''.

O Amor século XXI, vende-se no Pingo Doce, ou no Lidl, se quisermos um desconto. Contrata-se, pela Vodafone (30 reais o mês - no Brasil não compro Amor, tá caríssimo). Vende-se em preservativos, mastiga-se, deita-se fora. Hoje em dia até se recicla.

Tal e qual os iogurtes com prazo de validade, o Amor com ''A'' grandote, passou de validade. É conversa de café, fala-se nos intervalos. Vá lá, na Missa.

Como quase todas as palavras, o ''Amor'' tem prazo de validade. Já só se chama ''chato'' ao engate que..não engata, e não àquela espécie de piolhos. ''Reveillon'' já não se usa, e quem o faz é parolo. ''Papa'' é a comida dos bebés e o ''velho'' (alô Idade Média) já não é homem de 30.


O Amor, e o sumo de laranja do corte inglés que tinha cá em casa, passaram de prazo.

O Amor século XXI passa como se deixasse de servir, tal e qual as calças 32. Porque ''não me apetece'', ou ''não consigo'' amar mais. O namorado, o marido, o velho do Haiti.



''Se eu falasse todas as línguas, as dos homens e as dos anjos, mas não tivesse Amor, seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine. 









Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de remover montanhas, mas não tivesse Amor, nada seria.


Se eu gastasse todos os meus bens no sustento dos pobres e até me fizesse escravo, para me gloriar, mas não tivesse Amor, de nada me aproveitaria.

O Amor é paciente, é benfazejo; não é invejoso, não é presunçoso nem se incha de orgulho; não faz nada de vergonhoso, não é interesseiro, não se encoleriza, não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade. Ele desculpa tudo, crê tudo, espera tudo, suporta tudo.

O Amor jamais acabará. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência desaparecerá.

Com efeito, o nosso conhecimento é limitado, como também é limitado nosso profetizar. Mas quando vier o que é perfeito, desaparecerá o que é imperfeito. 

Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança. Agora nós vemos num espelho, confusamente, mas, então veremos face a face. Agora, conheço apenas em parte, mas, então, conhecerei completamente, como sou conhecido. 

Atualmente permanecem estas três: a fé, a esperança, o Amor. Mas a maior delas é o Amor.''
(Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, Cap. 13)



Se não somos feitos de Amor, o que é que somos afinal?

2 comentários:

  1. 1) Serviu de alguma coisa o treino de espiritualidade! ;)

    2)Please convida o Pedro, aquele que veio a 2 treinos, para comentar esse artigo! "Amour com A maiuscule, "amour com a minuscule";

    3) Deus é Amor.

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  2. Olá! Como diria um antigo jogador do Porto, num único adjectivo: "Gostei"...:D

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