Não sei o relatório completo do que me fez nascer humana. Ninguém sabe, acho eu, ou diz-se por aí.
Melhor: porquê. Ou no extremo, para quê. Como?
Pelo que sei, graças a Deus (literalmente) que assim foi.
Mas graças a Deus (e a nós) não fazemos destas perguntas a essência da nossa existência. Ou pelo menos não pensamos nisto a fundo todos os dias. Talvez.. sim, mas nesse caso parece que estamos em barcos diferentes.
Faço sim, todos os dias, ‘‘as perguntas’’. Na sua forma mais simplória, banal e repetida.
O quê Como Para quê. Porquê
Questiono. Questionamos. Eu, o Obama, um ser humano de QI com mais de um dígito. Tooodo o santo dia, questionamos.
Questionamos o tempo (quando chove), a morte (quando morre alguém conhecido, ou um desconhecido de forma trágica), as repercussões do álcool (quando não decoramos um telefone à primeira), a nossa imagem (quando o 32 não serve), a nossa relação (quando vemos um filme com o Hugh Jackman ou a Scarllet Johanson), ou a pobreza, quando o homem sentado ao nosso lado cheira mal no comboio.
Questionamos até ao mais ínfimo problema, o nosso, o do vizinho, o da nossa mãe ou o homem do metro.
Mas principalmente, o nosso. Os nossos, aqueles 15 mil 476 problemazinhos, e aqueles 2 ou 3 grandalhões.
Não acho grave. Não o seria, se a história acabasse aqui.
Pena é que se medirmos o ‘‘como’’ estatístico das nossas crises existenciais, talvez nos apercebamos que 50 ou mais % das mesmas tendencialmente desembocarão nas típicas poor-me conversations. (se nos situarmos numa hora anterior ao telejornal na parte das criancinhas em África.)
Aparte isso, é bom questionarmos. Não há respostas sem perguntas. Se não questionássemos ou procurássemos, provavelmente não teria sido inventada a roda, ou a IX sinfonia.
However, talvez seja bom em vez de questionar a chuva e o aquecedor desligado, pensarmos mais no sol, mesmo quando é Inverno (não é p e r f e i t o ?). Dar um presente, escrever uma carta ao namorado ou comer um gelado com o melhor amigo. Dar um beijinho ao nosso pai e ao chato do nosso irmão. Reparar nas pessoas que passam de autocarro, e imaginar a sua historia. Ser simpático para a empregada, ou sorrir para o homem que cheira mal no comboio.
Em vez de um questionar como fim, fazê-lo como meio. Agradecer. Investir. Gostar do tom de azul que tem o céu e dos talentos que nos foram oferecidos, a troco de uma vida feliz (a nossa). Pôr a render.
Fazê-lo mais do que aquela vez no ano em que nos sentamos na areia a ouvir o bater das ondas, e num phone uma musica do Rui Veloso na baía de S.Martinho em Agosto ao pôr-do-sol, ao mesmo tempo que comentamos o quanto ‘a vida é bela’.
E nos nossos momentos mais questionantes/humanos, que frequentemente desembocam numa poor-me conversation, há um tabu, que se aprende nos filmes, e que é aquele ‘there’s no way, I give up’ que escrevemos inúmeras vezes em bolt num cartaz imaginário, que tratamos de mostrar à melhor amiga e ao padre.
‘There is always a way when things look like there's no way. There's a way to do the impossible, to survive the insurvivable. There's always a way.
In the face of the impossible, be inspired. Today if you become frightened, instead, become inspired.’’
Que giro, acho que também recebi este mail.
ResponderEliminarAss: comentador oficial deste tipo de bolgue