25/02/2010

Mim gostar de Nelson

Gosto de surpresas. Das más gosto menos, as boas aprecio bastante.
E tenho uma particularidade já conhecida por quem tem a sorte de saber da minha existência neste hemisfério, que é a de gostar muito de ir ao cinema. Com um simples senão, que já se tornou quase um slogan da minha pessoa: ''Gosto de muitos poucos filmes, mas todos me entretêm''. E depois meto-me com aquelas minhas single-minded ideas de que só gosto dos filmes do Almodovar, do Efeito Borboleta e o Ilusionista, e talvez mais dois ou três.

Claro que me meti na sala 9 ou 10, onde passava o Invictus, já (de propósito) com o pé esquerdo à frente. Filmes sobre Golf ou futebol americano, por muito carismáticos que sejam, nunca me inspiraram particularmente no grande ecrã.

Mas aquele filme, aquelas palavras e toda aquela filosofia, inspirou-me e bem. Agradecimentos ao Nelson, e ao autor do tal poema.

Sim, como boa conclusão diria que foi surpreendente a emoção que um filme cujo protagonista, em boa verdade se diga, é uma bola de rugby, despertou em sua excelência Inês.

E Nelson Mandela, Mestre Nelson, aquele discurso sobre inspiração deu cabo de mim.

''Tens sorte na maneira como encaras os problemas, és tão forte, na tua situação não aguentava e fazia X ou Y, ou não fazia nada e deixava passar o tempo enquanto me lavava em lágrimas no meu lar'', dizem-me por vezes as amigas, as conhecidas e as desconhecidas com quem falo na noite (obviamente com palavreado menos piroso). Pois, são essas e as que nunca viram este, ou similar filme.

Todos temos um limite humano, uma dead line que nos é traçada pela nossa condição humana. Deixa cá ver um exemplo. Pressinto que talvez se me mandassem matar um leão em plena Praça de Espanha teria de suar um bocado. Ou se me atirassem de um penhasco ou da ponte de S. Francisco, admito que demorava um pouco mais a levantar voo do que um pardal.

Pois, o nosso limite. As nossas limitações. O facto de aguentar não responder a 5 mensagens do ex-namorado ou ex-amiga, mas fraquejar à sexta.


Os que conseguem?

Matam o leão. Vooam, e não respondem a mensagens de engate.

Algum engenheiro maluco inventou uma arma de fogo, e antes algum pensador a imaginou. A olhar para um pepino, sei lá. Algo paralelo àquela linha o inspirou, e o fez criar.

À miúda que não respondeu ao ex-namorado, talvez uma música, um discurso ou um filme também.
Ou uma mensagem de outro, às vezes resulta.

Não tenho nenhum truque, não vim da sequela do I Robot.
Excedemo-nos a nós próprios quando nos inspiramos, e acreditamos. Na física, em nós, em Alá ou em Deus.
E sim, surpreende-mo-nos. Tal como aquela bola não-redonda me surpreendeu e me atrasou para um jantar que tinha as 22h.

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